Cozido à Portuguesa... aldrabado. Então porque? Ora, para viver sozinha aqui em terras de sua majestade, uma pessoa tem de se arranjar num pequeno cubículo. Verdade seja dita, nesta minha casa de bonecas tenho todas as comodidades, mas tudo em ponto pequeno! Ora a única coisa que realmente me faz confusão (e que me levou a comprar a bimby), foi o tamanho da cozinha. Para quem gosta de cozinhar e passa lá tanto tempo, ter uma cozinha onde só cabe uma pessoa (e mal), não é de todo agradável. Mas o pior ainda é o frigorífico (para não falar nos pequenos armários, porque isso também faço de qualquer canto uma despensa!). O frigorífico, para além de ser metade de mim em altura, tem apenas uma pequena gaveta a servir de congelador, e que pouco congela. Sempre fui habituada a ter daquelas arcas congeladoras enormes! Portanto, para além de não poder fazer comida em quantidade para levar como merenda, só posso comprar carnes, iogurtes, etc, em pequenas quantidades. E se possível para utilizá-las logo, que a carne aqui deixa muito a desejar a nível de conservação (e pensar-se-ia que o frio ajudava a mante-la fresca...).
Cozido à Portuguesa... aldrabado
A receita, mais uma vez, é original do livro base da bimby, condicionada pelo meu pequeno frigorífico e as carnes encontradas. A novidade está noutra coisa: podia dizer que fiz um cozido para apenas quatro refeições (que vá... era a minha intenção inicial.
Receita (para 8 refeições):
- 1 couve lombarda, cerca de 420g;
- 1 cenoura grande;
- 1 farinheira;
- 1 chouriço de carne;
- 2 costoletas de porco, cerca de 390g (sim... costoletas, o chispe era demasiado grande!);
- 300g de carne de vaca;
- 2 tiras de entremeada, cerca de 250g;
- 120g de arroz (usei Carolino);
- 1/2 folha de louro;
- Sal e pimenta q.b.
Preparação:
Corta-se a couve em quatro (ou 8!) e escalda-se com água fervente. Coloca-se na Varoma, com a cenoura cortada em quatro e tempera-se com sal grosso a gosto. No topo da Varoma coloca-se a farinheira e o chouriço de carne. Tapa-se e reserva-se.
No copo da bimby colocam-se as carnes e verte-se água até aos 2 litros. Tempera-se com sal e pimenta a gosto, coloca-se a Varoma no topo e programa-se 50min/Varoma/inversa/vel colher.
Findo este tempo, retira-se a Varoma, as carnes do copo e reservam-se. Se necessário verter mais água até perfaser os 800ml. Volta-se a retificar os temperos, coloca-se o cesto com o arroz e programa-se 17min/Varoma/vel 3.
Quando o programa terminar, o cozido está completo e é só servir :) Não é como o cozido da mãe, mas não deixa de matar saudades. Para tornar o cozido mais light (para uma próxima vez), tenciono trocar a farinheira por uma alheira, e escolher uma carne mais magra... para encher mais o prato! Que aqui comida chique só do Prego Gourmet, com o prato bem cheio!
P.S. Fica melhor no dia seguinte. Ora eu como tenho isto a ocupar metade do frigorífico tenho mais 3 dias de cozido, se continuar a ficar melhor quem está bem sou eu :>
Valores nutricionais por porção:
Calories: 515
Carbs: 11
Fat: 32
Protein: 26
Sodium: 409
Sugar: 2
Olá Marta,
ResponderEliminarMesmo sendo um cozido mentiroso sem dúvida estava delicioso.
Gostei muito do seu texto acerca da aventura de se viver na Inglaterra..., rsrs, o importante é que seja confortável e esteja feliz.
Beijo,
Vânia
Sem dúvida Vânia! :D Apesar das saudades, estou bem por aqui e não tenciono mudar tao cedo. E o cozido ficou melhor com o passar dos dias.. =P
EliminarConvenhamos que, tendo o português já de si fama de aldrabão, este cozido vem, digamos, atestar essa realidade. À juventude pede-se (e pelos vistos pede-se cada vez mais) imaginação para com as ferramentas tipo "dos 300" obter a mesma eficiência que as mesmas gerações de países onde as tecnologias lhes são oferecidas de mão beijada (talvez por isso os nossos resultados são os melhores quando comparados em igualdade de condições). Viver sozinho, longe da familia e dos amigos é o preço que pagamos desde que deitamos as barcaças ao rio procurando tornar grande algo que o destino insiste em deixar pequeno (o nosso país).
ResponderEliminarIsto tudo para concordar com os resultados da aldrabice e concluir que se o conteúdo do prato souber tão bem quanto se deixa ver foram atingidos (mais uma vez) os objetivos de fazer omoletes sem ovos (obra em o português se revela cada vez mais eficaz).
Parabéns pela tua imaginação e pela tua "portugalidade".
Gostei Marta, pois para mim iria saber-me muito bem um cozido assim aldrabado...Parabéns
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